sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Jogo do Contente (:

Tinha dez anos quando ganhei o livro que mudaria para sempre o meu jeito de ver as experiências negativas pelas quais eu passaria. Pollyanna - ou Poliana em algumas editoras - de Eleanor H. Potter.
O livro conta a história de uma menina de onze anos, órfã, que depois da morte do seu pai, passa a morar com sua tia Polly, uma mulher completamente tradicional e nem um pouco dada a demonstrações de afeto.
Apesar das dificuldades pelas quais Poliana passou e iria passar, a menina tinha sua filosofia de vida centrada no “Jogo do Contente”, que havia aprendido seu pai. O jogo “... se resume em encontrar alegria, seja lá no que for”, como a própria Pollyanna explica no livro. Tudo começou quando a menina pediu ao pai uma boneca e recebeu muletas para criança, por engano, em seu lugar. Claro que como toda criança a menina ficou chateada, mas foi então que seu pai lhe ensinou o jogo.
"Mas o que tem de alegria em ganhar muletas ao invés de uma boneca?". Ela não precisava delas. Era sadia, tinha pernas ótimas. A partir daí a menina passou a praticar e também a ensinar a todas as pessoas com quem ela topava, ao longo da sua trajetória, o seu jogo.
Depois de acompanhar a história da menina, eu fiquei me perguntando "por que não jogar também?". E foi o que eu comecei a fazer. Cada vez que eu me encontro em alguma situação ruim, eu começo a procurar o lado bom que tem nela e muitas vezes eu consigo. Admito que nem sempre é fácil jogar, às vezes só consigo enxergar o lado bom depois que aquilo já passou.
Você pode estar agora pensando em uma infinidade de situações ruins e se perguntando se realmente é possível que haja algo positivo em alguma delas. “O que tem de bom em acordar cedo todos os dias pra ir estudar/trabalhar?”. Ué, você pode acordar! Você pode se levantar, e se enfeitar, e ver gente, e aprender, e tem a chance de fazer do seu hoje melhor do que ontem. “Só falta agora você me dizer que perder um dia lindo na praia por causa da chuva pode ser bom.”. E não pode? Vai dizer que cineminha em casa não é legal? Entre tantas outras situações, muitas vezes mais complexas até, que se a gente parar pra pensar tem um lado muito melhor.
Por isso, antes de começar a praguejar, a reclamar, a se lamentar, pense que apesar de todos os aspectos negativos, existe um lado bom para tudo. E se não encontrar a alegria, guarde a lição. Experiências servem para isso, apesar de nunca sabermos ao certo para onde elas nos levarão.

p.s.: já fica a dica dos livros para quem se interessar. Pollyanna e Pollyanna Moça ;)